A Câmara dos Deputados está discutindo um projeto de lei que aborda a esterilização de pessoas com deficiência intelectual. A proposta, que visa garantir maior segurança e proteção a essas pessoas, está sendo analisada pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família.
Deficiência Intelectual – PL e participação do Ministério Público
A proposta estabelece a necessidade de envolvimento do Ministério Público (MP) antes de qualquer processo de esterilização de indivíduos absolutamente incapazes ou com deficiência mental e intelectual que não possam expressar sua própria vontade. Este projeto foi recentemente aprovado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Caso a aprovação continue, o projeto seguirá para análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), depois para o Senado, e finalmente para sanção presidencial para que possa se tornar lei.
O projeto em questão prevê que o Ministério Público deve ser consultado e deve ouvir as pessoas que serão submetidas ao processo de esterilização, seja laqueadura ou vasectomia. Esse procedimento deve ter prioridade de agendamento e realização no sistema de saúde em comparação aos mesmos procedimentos realizados em pessoas sem deficiência mental e intelectual.
Essa proposta altera a atual Lei de Planejamento Familiar, que atualmente exige apenas a autorização judicial para a esterilização de pessoas consideradas absolutamente incapazes.
Posicionamento do Relator do Projeto
O relator do projeto, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), destaca que a proposta traz maior segurança para as pessoas com deficiência intelectual ao incluir a consulta ao Ministério Público como uma etapa obrigatória.
Segundo ele, “ao determinar a prioridade desses procedimentos entre os de esterilização cirúrgica eletiva, o projeto reconhece a importância de agir rapidamente em situações que envolvam pessoas incapazes de expressar sua vontade”.
A inclusão do Ministério Público no processo de esterilização visa assegurar que esses indivíduos sejam ouvidos e que suas necessidades sejam tratadas com a devida prioridade e segurança. A continuidade da tramitação do projeto dependerá de novas aprovações pelas comissões e, eventualmente, pelo Senado e pela Presidência da República.