Nesta terça-feira (2), o dólar à vista iniciou o dia em queda, mas rapidamente reverteu para alta, impulsionado pelas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e pela promessa de discutir medidas para o câmbio. O dólar chegou a atingir R$ 5,70 na máxima do dia. Para o mercado finnanceiro, sempre que o presidente fala, o dólar sobe negativamente, o que preocupa seriamente os investidores.
Dólar sobe e impacta o mercado
Às 14h36, o dólar comercial registrava alta de 0,72%, cotado a R$ 5,693 na compra e R$ 5,694 na venda. A moeda norte-americana atingiu sua máxima intradia às 13h57, alcançando R$ 5,7004. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto operava em alta de 0,57%, a 5,708 pontos.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia a R$ 5,6538 na venda, uma alta de 1,13%, marcando o maior preço de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando foi cotado a R$ 5,6723.
Antes da abertura do mercado, Lula concedeu entrevista à rádio Sociedade, de Salvador, onde afirmou que tomará “alguma coisa” em relação à alta do dólar ante o real, sem especificar as medidas para não alertar adversários. Ele mencionou a existência de um ataque especulativo ao real e prometeu discutir a situação ao retornar a Brasília na quarta-feira.
Lula também criticou o Banco Central, afirmando que a autarquia não deve servir ao sistema financeiro e ao mercado. Essas declarações influenciaram negativamente o mercado, fazendo com que a cotação do dólar subisse ao longo da manhã.
Possíveis medidas para controlar o câmbio
Uma das medidas especuladas pelo mercado é a alteração no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas transações cambiais, como forma de conter a escalada do dólar.
No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou essa possibilidade, afirmando que a melhor forma de estabilizar o real é melhorar a comunicação sobre o arcabouço fiscal e a autonomia do Banco Central.
Impacto das declarações no Mercado Financeiro
As críticas de Lula ao Banco Central e a promessa de medidas para o câmbio geraram incertezas no mercado. Profissionais do setor indicaram que a possível intervenção governamental no câmbio aumentou os receios entre os investidores.
Essas declarações somam-se a outros comentários recentes do presidente, apontados como fatores que contribuíram para a disparada do dólar ante o real e o aumento na curva de juros no Brasil. Em 2024, a moeda norte-americana já acumula uma valorização próxima de 17%.