A Operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco) na manhã desta quarta-feira (05), revelou um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em casas noturnas de Cuiabá. A ação resultou na prisão de quatro pessoas, incluindo o coordenador do Cerimonial da Câmara de Cuiabá, Rodrigo de Souza Leal, e na exoneração de outros dois servidores.
Exoneração de servidores e prisões marcam a Operação Ragnatela
As ações da polícia atingiram o gabinete do vereador Paulo Henrique Amorim (MDB), na Câmara Municipal de Cuiabá. O coordenador do Cerimonial, Rodrigo de Souza Leal, foi exonerado após ser preso durante a ação. Além dele, outros dois servidores comissionados, Willian Aparecido da Costa Pereira (“Willian Gordão”) e Elzyo Jardel Xavier Pires (“Promoter”), também foram exonerados e presos. Todos os três trabalhavam no gabinete do vereador Amorim, que também foi alvo da operação.
Willian Gordão Apontado como “Testa de Ferro” do Comando Vermelho
De acordo com a Polícia Federal, Willian Gordão, dono do Dallas Bar, era o “testa de ferro” do Comando Vermelho em Cuiabá. Ele utilizava as casas noturnas da cidade para lavar dinheiro da facção criminosa. A investigação aponta que Gordão contava com a ajuda de promotores, que dividiam os custos de eventos com membros do grupo e participavam dos lucros.
Operação Expôs esquema de lavagem de dinheiro com shows nacionais
A Operação Ragnatela revelou que o Comando Vermelho adquiriu quatro casas noturnas em Cuiabá para lavar dinheiro. Com a ajuda dos promotores, que facilitavam a realização de shows nacionais na capital mato-grossense, a facção criminosa movimentava quantias significativas de dinheiro ilícito. O valor total movimentado ainda não foi divulgado pela polícia.
Vereador Paulo Henrique Amorim divulgou nota
O vereador Paulo Henrique Amorim (MDB) divulgou uma nota em suas redes sociais esclarecendo as ações da polícia em seu gabinete e afirmando o compromisso em esclarecer os fatos.
“Gostaria de salientar que jamais exerci qualquer poder de influência na liberação de eventos, pois tal atribuição não compete ao meu cargo. Recordo que as casas de shows citadas tiveram diversas fiscalizações e foram inclusive autuadas. É importante destacar que a liberação de eventos pode ser devidamente autorizada pela justiça, com base na documentação apresentada”, afirma o vereador.
“Reafirmo meu compromisso com a transparência e a justiça, e coloco-me à disposição para colaborar com as investigações e esclarecer quaisquer dúvidas que se fizerem necessárias”, concluiu o vereador em nota.
A Operação Ragnatela demonstra o compromisso da Ficco no combate ao crime organizado em Mato Grosso. A ação desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro que financiava atividades criminosas do Comando Vermelho e protegeu a sociedade de seus efeitos nocivos.