O futuro do Brasil depende diretamente do desenvolvimento e da inclusão de sua juventude. No entanto, dados recentes do Ministério do Trabalho acendem um alerta: o número de jovens “nem-nem”, aqueles que não estudam, não trabalham e nem buscam emprego, disparou 35% no último ano, alcançando 5,4 milhões de pessoas entre 14 e 24 anos.
Essa realidade preocupante exige uma análise profunda das causas subjacentes e da busca por soluções eficazes para garantir oportunidades e um futuro promissor para essa parcela crucial da população.
Desafios e fatores impactantes
Diversos fatores contribuem para o aumento dos jovens “nem-nem” no Brasil. A pandemia da COVID-19, por exemplo, intensificou as desigualdades sociais e dificultou o acesso à educação e ao mercado de trabalho, especialmente para os grupos mais vulneráveis. Além disso, a falta de qualificação profissional, a desinformação sobre oportunidades e as dificuldades na transição entre a escola e o trabalho também são obstáculos significativos.
Perfil do Jovem “Nem-Nem”
O estudo do Ministério do Trabalho revela que 60% dos jovens “nem-nem” são mulheres, muitas delas chefes de família com filhos pequenos. A pesquisa também destaca que 68% desse grupo se identificam como negros.
Esses dados evidenciam a necessidade de políticas públicas direcionadas para atender às demandas específicas desses grupos, combatendo as desigualdades e promovendo a inclusão social.
A maioria dos jovens “nem-nem” (39%) está concentrada na região Sudeste, com metade desse contingente no estado de São Paulo. No que diz respeito ao mercado de trabalho, a pesquisa indica que a taxa de participação desse grupo ainda não retornou aos níveis pré-pandemia, permanecendo em 50,5% no primeiro trimestre deste ano.
O cenário é ainda mais desafiador quando se observa a predominância do mercado informal entre os jovens ocupados: 45% (6,3 milhões) estão nesse setor.
Oportunidades Promissoras
Em meio a esse cenário desafiador, um ponto positivo se destaca: o aumento no número de aprendizes e estagiários. Entre 2011 e 2024, a quantidade de aprendizes dobrou, chegando a 602 mil, enquanto o número de estagiários cresceu 37%, alcançando 877 mil em 2024.
Esse crescimento sugere uma possível mudança de paradigma, com mais jovens buscando oportunidades de qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho.
O futuro do Brasil depende da capacidade de enfrentar esses desafios e garantir que todos os jovens tenham acesso a oportunidades que lhes permitam construir um futuro promissor e contribuir para o desenvolvimento do país.