Em uma decisão que impacta o cenário político de Cuiabá, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) suspendeu a Comissão Processante instaurada pela Câmara de Vereadores para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A comissão foi criada com o objetivo de apurar supostas infrações político-administrativas cometidas pelo gestor, mas a Justiça entendeu que falhas no processo poderiam comprometer o direito de defesa do prefeito.
Falhas no Processo
A decisão judicial aponta uma série de vícios na criação e condução da Comissão Processante. Entre os principais pontos, estão a ausência de fundamentação adequada para a abertura da comissão, a falta de clareza nas acusações contra o prefeito e a não observância do devido processo legal. Segundo o TJMT, essas falhas poderiam prejudicar o direito de defesa de Emanuel Pinheiro, configurando um risco à sua garantia constitucional de um julgamento justo e imparcial.
Emanuel Pinheiro já havia sido afastado do cargo de prefeito em duas ocasiões anteriores. Em outubro de 2021, ele foi afastado por suspeita de liderar uma organização criminosa que atuava na Secretaria Municipal de Saúde. Na época, as investigações apontavam para a contratação irregular de servidores temporários para atender a interesses políticos do prefeito.
Após recurso à Justiça, Pinheiro retornou ao cargo no mês seguinte. No entanto, em março de 2024, ele foi novamente afastado, dessa vez sob a acusação de integrar organização criminosa envolvida em desvios de recursos na Secretaria Municipal de Saúde. Mais uma vez, ele recorreu à Justiça e conseguiu retornar ao cargo na mesma semana.
A suspensão da Comissão Processante pela Justiça representa um revés para a Câmara de Vereadores de Cuiabá, que buscava apurar as denúncias contra o prefeito Emanuel Pinheiro. A decisão reforça a importância do devido processo legal e da garantia do direito de defesa em qualquer investigação, independentemente da posição ou cargo do investigado.