O mercado de trabalho brasileiro vivenciou um retrocesso no primeiro trimestre de 2024. A taxa de desocupação no país subiu para 7,9% no período móvel encerrado em março, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, mas ainda se mantém abaixo dos 8,8% registrados no mesmo período de 2023.
Aumento da população desocupada puxa alta da taxa
O principal fator responsável pela elevação da taxa de desocupação foi o crescimento do número de pessoas em busca de trabalho. A chamada “população desocupada” teve um acréscimo de 6,7% na comparação trimestral, totalizando 9,8 milhões de indivíduos. Essa expansão representa um aumento de 542 mil pessoas buscando recolocação no mercado.
Em contrapartida, a população ocupada do país experimentou um decréscimo de 0,8% no trimestre, chegando a 93,2 milhões de pessoas. Apesar da queda, o contingente de trabalhadores ainda se encontra 2,4% superior ao nível observado no primeiro trimestre de 2023.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o aumento da taxa de desocupação se configura como um movimento sazonal típico do primeiro trimestre de cada ano, quando há perdas na ocupação em relação ao período anterior.
A analista destaca que, apesar da alta conjuntural, a taxa de desocupação atual é a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014, quando o índice chegou a 7,2%. Esse panorama reforça a tendência de queda da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos.
Estabilidade no emprego formal
Um ponto positivo a ser ressaltado é a estabilidade do emprego com carteira assinada no setor privado. O número de trabalhadores com carteira assinada se manteve em 38,0 milhões na comparação com o trimestre anterior, demonstrando a resiliência do mercado formal de trabalho.