O futuro de 1 milhão de trabalhadores brasileiros está incerto depois que o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, a pedido do governo Lula, suspendeu na última quarta-feira (25) a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. A medida, que visava reduzir a carga tributária das empresas e estimular a geração de empregos, foi questionada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), que alertou para o risco de demissões em massa.
Setores em Risco
A desoneração, em vigor desde 2011, beneficiava setores como têxtil, calçados, construção civil, comunicação e tecnologia. Segundo a UGT, a suspensão da medida pode levar ao corte de até 10% dos 9,7 milhões de empregados nesses segmentos. Isso significa que 1 milhão de pessoas podem perder seus empregos nos próximos meses.
A desoneração da folha de pagamento foi aprovada pelo Congresso Nacional em outubro de 2023 e prorrogada até 2027. No entanto, o presidente Lula vetou a medida, alegando que ela comprometeria as metas fiscais do governo. O veto foi derrubado pelo Congresso em dezembro do mesmo ano, mas a questão foi levada ao STF pelo governo federal.
Decisão do STF:
Na última quinta-feira (25), o ministro do STF Cristiano Zanin votou pela suspensão da desoneração. A decisão foi referendada por outros três ministros, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Com placar parcial de 4 a 0, a questão foi levada ao plenário virtual da Corte para votação pelos demais ministros.
Impacto da Suspensão
A suspensão da desoneração da folha de pagamento deve ter um impacto negativo na economia brasileira, especialmente nos 17 setores beneficiados pela medida. As empresas podem ter que aumentar seus preços para compensar o aumento da carga tributária, o que pode levar à redução da demanda e à diminuição da atividade econômica. Além disso, a medida pode desestimular a criação de novos empregos.
A decisão do STF de suspender a desoneração da folha de pagamento gera incerteza e preocupação para o futuro da economia brasileira. É importante que o governo e o Congresso Nacional encontrem soluções alternativas para reduzir a carga tributária das empresas e estimular a geração de empregos, sem comprometer as metas fiscais e o bem-estar dos trabalhadores.