Em um movimento histórico, a Petrobras anunciou a intenção de distribuir R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários aos seus acionistas. A proposta, que representa metade dos R$ 43,9 bilhões retidos anteriormente, visa fortalecer a posição financeira da empresa e contribuir para a redução do déficit primário das contas públicas. A decisão final sobre a distribuição dos dividendos será tomada na Assembleia Geral de Acionistas (AGE) da Petrobras, agendada para 25 de abril de 2024.
Decisão estratégica da Administração
O Conselho de Administração da Petrobras, após uma revisão detalhada do cenário econômico e financeiro da empresa, optou por encaminhar aos seus acionistas a proposta de liberar metade dos lucros que haviam sido retidos.
Este movimento financeiro é visto como uma estratégia para manter a saúde econômica da companhia, ao mesmo tempo em que se compromete com a rentabilidade para os acionistas. A decisão é um reflexo da confiança da gestão na sustentabilidade do negócio mesmo diante de um pagamento substancial de dividendos.
Impacto no Déficit Público
A expectativa é que a União, como acionista majoritária, arrecade cerca de R$ 6 bilhões com essa distribuição. Essa entrada significativa de recursos pode contribuir para a redução do déficit primário do país, projetado em R$ 60 bilhões para 2023. Para economistas do Boletim Focus, isso é lamentável, pois este dinheiro poderia ser utilizado em outras áreas tão necessitadas como a educação e saúde.
O comunicado da Petrobras também ressaltou que os cenários considerados pela administração abrangem variáveis como a evolução do preço do petróleo Brent e taxas de câmbio. A decisão de liberar os dividendos não compromete, segundo o conselho, a governança nem a sustentabilidade financeira da empresa. Além disso, qualquer decisão futura sobre a distribuição dos 50% remanescentes será cuidadosamente avaliada ao longo do ano, garantindo a prudência fiscal e a responsabilidade corporativa.
Negociações tributárias em andamento
A Petrobras também está em processo de negociação com o governo para resolver um contencioso tributário que ultrapassa os R$ 50 bilhões. A companhia busca um acordo que poderia reduzir sua dívida para cerca de R$ 20 bilhões, colaborando ainda mais para a estabilização financeira e reforçando seu compromisso com uma gestão fiscal prudente.
A Assembleia Geral Ordinária marcada para o final de abril será decisiva não apenas para os acionistas, mas para todos os stakeholders, à medida que a Petrobras continua a navegar pelos desafios do mercado global de energia.