O mercado cambial brasileiro vivenciou um dia de forte volatilidade nesta segunda-feira (15), com o dólar exibindo uma valorização acentuada e tocando a máxima de R$ 5,21 no meio do dia. A valorização da moeda americana foi impulsionada por um conjunto de fatores, tanto do cenário externo quanto interno, especialmente depois das falas do ministro Haddad sobre o crescimento do PIB para 2024.
Dólar subiu; fatores externos
A divulgação de indicadores econômicos fortes nos Estados Unidos, como o índice de atividade industrial ISM, reforçou as expectativas de que o Federal Reserve manterá sua política monetária contracionista por mais tempo do que o previsto anteriormente.
Essa perspectiva levou a um aumento nas taxas de juros dos Treasuries americanos, tornando-os mais atrativos para investidores internacionais e, consequentemente, pressionando o real para baixo.
Mudança na meta fiscal e fim do superávit em 2024
Nesta segunda-feira (15), Fernando Haddad, o atual Ministro da Fazenda, revelou que o governo pretende mudar novamente a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. A proposta, que será apresentada ainda hoje ao Congresso Nacional, estabelece uma meta ambiciosa de zerar o déficit fiscal somente em 2026, descumprindo as promessas feitas em dezembro do ano passado, de já zerar esse déficit já em 2024.
Essa nova meta para 2025 representa uma mudança de direção em comparação à meta anterior, onde o governo havia sinalizado a intenção de alcançar um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) já em 2024. Agora, essa expectativa de superávit é adiada para 2026, o último ano do atual mandato presidencial Lula.
Durante uma entrevista concedida à GloboNews, Haddad também tocou em outro ponto crucial para os trabalhadores brasileiros: o salário mínimo. Para 2025, a projeção é que o salário mínimo atinja R$ 1.502, o que significaria um aumento de R$ 90, ou 6,37%, em comparação ao valor atual de R$ 1.412. O problema é que até agora, não se sabe onde o governo encontrará recursos para cobrir este aumento.
Vale destacar que esses valores ainda podem sofrer alterações dependendo das variações inflacionárias deste ano e de possíveis ajustes no cálculo do PIB de 2023.
O forte avanço do dólar nesta segunda-feira demonstra a persistência do governo em criar metas que não pode cumprir, iso deixa evidente para o mercado financeiro, que a pasta da economia está meio perdida e sem um plano claro para os próximos anos.