A polícia do estado de Mato Grosso, através da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), realizou uma importante operação denominada “Operação Cordilheira“, entre os dias 8 e 12 de abril. Esta ação teve como foco o combate ao desmatamento químico em uma vasta extensão do Pantanal, envolvendo a aplicação de medidas judiciais severas contra as irregularidades ambientais.
Desenvolvimento da Operação
Durante a operação, foram emitidas ordens judiciais para o arresto, sequestro e indisponibilidade de bens em 11 propriedades rurais, totalizando mais de 80 mil hectares. Estas áreas foram afetadas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos que, segundo investigações, começaram a ser utilizados em 2022 após denúncias de atividades ilegais na região.
O infrator identificado foi responsabilizado com uma multa superior a R$ 2,8 bilhões, a maior já aplicada pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), devido à gravidade do impacto ambiental causado.
O método de desmatamento utilizado consistia na pulverização aérea de agrotóxicos, visando a eliminação da vegetação nativa. Esta prática resultou na morte de diversas espécies arbóreas e na degradação significativa do ecossistema. Além do mais, a localização geográfica do Pantanal, uma região frequentemente alagada, facilita a dispersão desses químicos, afetando diretamente a fauna, a flora e até mesmo a saúde humana nas proximidades.
Apoio interinstitucional e análise de evidências
A operação contou com o suporte do Ministério Público Estadual (MPE), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT). As equipes realizaram coletas de informações fiscais, financeiras e geográficas, além de análises de imagens de satélite para mapear a extensão do dano.
Em março de 2023, as autoridades realizaram buscas nas propriedades afetadas, encontrando evidências físicas dos produtos utilizados e confirmando a relação direta entre o desfolhamento observado e o uso dos agrotóxicos.
Sanções e medidas futuras
As investigações e as subsequentes autuações resultaram em nove termos de embargo e interdição, refletindo o prejuízo estimado em mais de R$ 5,2 bilhões para o infrator. Esta quantia inclui tanto o custo para reparação dos danos ambientais quanto as multas aplicadas.
A ação coordenada entre várias instituições demonstra o compromisso do estado de Mato Grosso com a preservação ambiental e a aplicação rigorosa da lei. As medidas tomadas visam não apenas punir os responsáveis, mas também prevenir futuras violações, garantindo a proteção de um dos ecossistemas mais importantes do mundo.