O Brasil não conseguiu alcançar a meta de ter 95% das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos matriculados no ensino fundamental (do 1º ao 9º ano), segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE. É a primeira vez em oito anos que o país não atinge o indicador, com a taxa de matrícula ficando abaixo de 95% em todas as regiões.
Retrocesso preocupante
O levantamento do IBGE mostra que, em todas as regiões brasileiras, a taxa de matrículas no ensino fundamental está abaixo do objetivo de 95%. Os números são os mais baixos registrados desde o início da série histórica da Pnad Educação, em 2016, com o Norte apresentando 94,8%, o Nordeste 94,5%, o Sudeste 94,9%, e o Sul e Centro-Oeste ambos com 94,2%.
Esse declínio é ainda mais preocupante quando comparado aos dados de 2018, ano em que o Brasil alcançou seu pico de matrículas no ensino fundamental, com 97,4% das crianças e adolescentes frequentando as aulas. Desde então, a proporção de matrículas tem diminuído progressivamente.
Uma pesquisa recente da Fundação Itaú destacou os desafios enfrentados por alunos no ensino fundamental, com 48% dos estudantes brasileiros não conseguindo concluir esta etapa na idade apropriada. A reprovação, a evasão e o abandono escolar foram apontados como os principais obstáculos para a continuidade e conclusão dos estudos.
A importância da educação na formação cidadã
A Constituição Federal de 1988 sublinha que a educação é um direito fundamental de todos e um dever do Estado e da família, com o intuito de promover o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nesse contexto, o Ministério da Educação (MEC) especifica que o ensino fundamental deve acolher alunos de 6 a 15 anos, dividido entre os anos iniciais (6 a 10 anos) e finais (11 a 15 anos), sendo crucial a alfabetização já no primeiro ano.
A queda na taxa de matrículas no ensino fundamental no Brasil acende um alerta sobre a necessidade de reavaliar e fortalecer as políticas educacionais. Enfrentar os desafios da reprovação, evasão e abandono escolar é essencial para garantir que todos os alunos tenham acesso à educação de qualidade e concluam essa etapa crucial para seu desenvolvimento e futuro.
Este panorama reforça a importância de uma ação conjunta entre governo, famílias e sociedade para assegurar o direito à educação e preparar os jovens para um futuro promissor.