O embate entre Índia e Paquistão, dois países com arsenais nucleares ativos, voltou a escalar em 2025, reacendendo preocupações internacionais sobre o risco de um confronto atômico. A disputa pela região da Caxemira permanece como o principal foco de tensão entre os dois vizinhos do sul da Ásia.
Arsenais nucleares aumentam risco de conflito atômico
Índia e Paquistão figuram entre os poucos países no mundo com capacidade nuclear comprovada. Dados do Our World in Data, vinculados à Universidade de Oxford, indicam que os dois países possuem arsenais que ultrapassam a centena de ogivas nucleares. Estima-se que a Índia tenha aproximadamente 164 armas desse tipo, enquanto o Paquistão conta com cerca de 170.
Ambos os governos têm tecnologia e infraestrutura para reabastecer seus arsenais nucleares rapidamente, o que preocupa especialistas em segurança internacional. Apesar do potencial destrutivo, até o momento, nenhuma das nações utilizou esse tipo de armamento em conflitos anteriores, nem mesmo durante confrontos armados significativos.
A rivalidade entre Índia e Paquistão remonta ao processo de independência do Império Britânico, em 1947. Desde então, a região da Caxemira, que hoje é dividida entre Índia, Paquistão e China, tem sido um dos principais focos de disputa territorial.
Antes do ano de 2025, ocorreram quatro guerras entre os dois países por causa da Caxemira. O mais recente conflito havia acontecido em 1999, quando ambos já detinham armamento nuclear, embora em quantidade muito inferior à atual. Naquele período, Índia e Paquistão possuíam apenas oito ogivas cada, totalizando 16 armas nucleares no total.
Nova escalada de violência em 2025
Em 6 de maio de 2025, as tensões se intensificaram com o bombardeio realizado pela Índia em Jammu, uma área da Caxemira sob controle paquistanês. O ataque resultou em oito mortes. De acordo com o governo indiano, a ação foi uma resposta a um atentado terrorista ocorrido em 22 de abril, que matou dezenas de turistas na parte indiana da região.
As autoridades indianas afirmam que os alvos atingidos eram exclusivamente bases de grupos extremistas, sem envolvimento de civis ou instalações militares. No entanto, o governo do Paquistão classificou o ataque como uma agressão direta contra a população civil.
Como represália, na manhã deste 7 de maio, o Paquistão lançou um bombardeio sobre áreas da Caxemira controladas pela Índia, resultando em 12 mortes. A escalada preocupa a comunidade internacional, especialmente diante do potencial uso de armamento nuclear por parte das duas potências.
A possibilidade de uma guerra nuclear
O temor de que o confronto entre Índia e Paquistão possa evoluir para um conflito nuclear não é infundado. Com arsenais significativamente maiores do que nas últimas décadas, qualquer intensificação nas hostilidades acende alertas em órgãos internacionais e em potências globais que acompanham a situação.
Apesar dos ataques recentes, não há indícios de que armas nucleares tenham sido mobilizadas até o momento. Contudo, especialistas alertam que a instabilidade prolongada e a ausência de diálogo diplomático efetivo podem levar a uma escalada sem precedentes.