O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) anunciou, nesta quarta-feria (30), que conseguiu reunir as 171 assinaturas necessárias para formalizar o pedido de criação da CPI do INSS, que terá como objetivo investigar um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários. O tema ganhou repercussão após revelações da Polícia Federal sobre desvios bilionários que afetaram diretamente aposentados e pensionistas em todo o país.
Pedido de CPI do INSS é oficializado com 171 assinaturas
Durante audiência realizada na Câmara dos Deputados com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o deputado Coronel Chrisóstomo revelou que já possui o apoio suficiente para instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito. O parlamentar responsabilizou o ministro por omissão e cobrou uma postura mais rigorosa diante do escândalo.
De acordo com Chrisóstomo, as fraudes no INSS foram facilitadas por falhas graves no sistema, que permitiram que documentos falsificados fossem usados para aplicar descontos indevidos nos contracheques de beneficiários. Ele ressaltou que muitos dos atingidos sequer sabiam que estavam sendo lesados.
Polícia Federal estima prejuízo de R$ 6,3 bilhões
As investigações da Polícia Federal revelam que o esquema de fraudes pode ter causado um prejuízo de aproximadamente R$ 6,3 bilhões. Os golpistas, segundo as autoridades, se aproveitaram da vulnerabilidade dos sistemas para realizar descontos associativos sem autorização dos segurados. A operação identificou envolvimento de sindicatos e entidades que operavam em conluio para desviar os recursos.
A gravidade dos fatos motivou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a determinar a exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, nomeado em 2023. A medida foi uma resposta direta à pressão política crescente por transparência e apuração das responsabilidades.
Congresso é pressionado a reagir diante das denúncias
Além de Chrisóstomo, o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), um dos líderes da oposição, também assinou o requerimento da CPI do INSS. Ele defende que a comissão deve aprofundar a apuração não apenas das fraudes administrativas, mas também da eventual participação de instituições financeiras e da omissão de órgãos públicos.
O requerimento entregue à Câmara dos Deputados menciona casos envolvendo idosos, cadeirantes e acamados, que foram vítimas diretas dos descontos ilegais. Os deputados apontam a necessidade de responsabilizar os envolvidos e avaliar a extensão dos danos causados à população vulnerável.
Segundo o pedido formalizado por Chrisóstomo, a CPI do INSS deve analisar o modus operandi do esquema, incluindo falsificação de documentos, ausência de consentimento dos beneficiários e possíveis conexões com figuras políticas. O objetivo é entender como tais práticas foram facilitadas e por que não foram detectadas anteriormente.
O deputado reforça que a criação da CPI é uma medida de justiça social e uma resposta necessária para proteger os direitos de aposentados e pensionistas, que dependem desses recursos para sobreviver.