A guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia sob justificativa de “operação militar especial”, completa três anos nesta segunda-feira (24). O conflito, que se tornou a maior crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, segue sem solução definitiva, agora com os Estados Unidos adotando uma nova estratégia diplomática sob a liderança de Donald Trump.
Três anos de guerra na Ucrânia
Em fevereiro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma ofensiva contra a Ucrânia com o objetivo de “desmilitarizar” e “desnazificar” o país vizinho. Além disso, Moscou alegava estar protegendo a população das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No entanto, o que começou como uma operação militar escalou para um conflito de grandes proporções, afetando a estabilidade da Europa e do cenário geopolítico global.
Desde o início do conflito, diversas tentativas de negociação foram realizadas, mas sem êxito. A guerra na Ucrânia trouxe consigo sanções econômicas, destruição de cidades e um elevado número de vítimas, sem perspectivas concretas de resolução a curto prazo.
A nova abordagem diplomática dos EUA
Durante os últimos três anos, os Estados Unidos e a União Europeia mantiveram esforços diplomáticos para encerrar o conflito. No entanto, com a posse de Donald Trump para seu segundo mandato, a estratégia mudou. O republicano afastou a Ucrânia e os aliados europeus das negociações, optando por um diálogo direto com a Rússia.
Segundo fontes diplomáticas, Trump e Putin devem se reunir ainda neste mês, embora a data exata do encontro não tenha sido definida. Essa abordagem representa uma mudança significativa na política externa norte-americana, que até então priorizava a participação ativa da Ucrânia nas negociações.
Declarações de Trump sobre a guerra na Ucrânia
Trump já havia manifestado sua intenção de resolver o conflito rapidamente antes mesmo de assumir o novo mandato. Em um debate presidencial realizado em 27 de junho de 2024 contra Joe Biden, ele afirmou que poderia encerrar a guerra antes de sua posse.
Em setembro, durante um encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Trump reforçou sua promessa e destacou que mantinha um “relacionamento muito bom” com Putin. Essas declarações geraram expectativas, mas também preocupações entre aliados da Ucrânia, que temem um possível enfraquecimento do apoio ocidental ao país.
As negociações sem a Ucrânia e a União Europeia
Em 18 de fevereiro de 2025, delegações dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram em Riade, na Arábia Saudita, para iniciar conversas diretas sobre o fim do conflito. A ausência da Ucrânia e da União Europeia nessas tratativas foi vista como um retrocesso pelos aliados de Kiev.
Zelensky demonstrou insatisfação com a exclusão de seu país das negociações. Em resposta, Trump criticou duramente o líder ucraniano, chamando-o de “ditador sem eleições” e acusando-o de conduzir a Ucrânia a um conflito que não poderia ser vencido.
O ex-presidente norte-americano também responsabilizou Zelensky pela morte de milhões de pessoas, argumentando que o prolongamento da guerra foi resultado de suas decisões estratégicas.
Com a nova abordagem diplomática dos Estados Unidos, o futuro da guerra na Ucrânia permanece incerto. Enquanto Trump defende um caminho de negociações diretas com Putin, países europeus demonstram preocupação com o possível enfraquecimento do suporte ocidental à Ucrânia.