Uma das primeiras medidas adotadas por Donald Trump como presidente dos Estados Unidos foi suspender por 90 dias os projetos financiados pelo país para iniciativas internacionais. Entre os programas impactados, destacam-se os projetos de prevenção a incêndios florestais no Brasil, que contavam com a parceria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O impacto da decisão de Trump sobre o Ibama
O decreto assinado por Donald Trump interrompeu diversas iniciativas internacionais que recebiam recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). No Brasil, o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios, conduzido pelo Serviço Florestal norte-americano em parceria com o Ibama, foi diretamente afetado. Esse programa era essencial para a formação de brigadistas e a realização de treinamentos voltados ao combate de incêndios florestais.
Além do Ibama, outras instituições brasileiras colaboravam com a iniciativa, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Essas ações foram suspensas após o Ibama ser notificado por e-mail sobre a decisão. A mensagem informava que a medida estava alinhada ao decreto presidencial de Trump.
Como funcionava o Programa de Manejo Florestal
O Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios visava preparar brigadistas para atuar em situações de emergência e conter incêndios em áreas protegidas. Os cursos e treinamentos oferecidos pelo programa não apenas capacitavam profissionais, mas também promoviam a troca de conhecimento entre as equipes brasileiras e norte-americanas.
Essa colaboração técnica ajudava a fortalecer a resposta do Brasil a emergências ambientais. No entanto, com a suspensão do programa, as atividades planejadas precisaram ser interrompidas, impactando diretamente a capacidade de prevenção e combate a incêndios em áreas florestais.
As justificativas de Donald Trump
Donald Trump justificou sua decisão alegando que a ajuda externa dos Estados Unidos estaria contribuindo para a “desestabilização da harmonia global”. Segundo ele, os recursos destinados a outros países eram utilizados para promover “ideias contrárias aos interesses norte-americanos”.
Em discursos e comunicados, Trump também criticou a Usaid, classificando-a como uma instituição que promove viés ideológico e não presta contas de forma adequada aos contribuintes norte-americanos.
A Casa Branca divulgou que a Usaid teria canalizado altos valores para iniciativas com foco em diversidade. Entre os projetos mencionados, US$ 1,5 milhão foram destinados à promoção de pautas conhecidas como “woke” na Sérvia, US$ 32 mil a um musical na Irlanda e US$ 47 mil para uma “ópera transgpera transg\u00eкnero” na Colômbia.
Para Trump, esses investimentos não atendem aos interesses dos contribuintes norte-americanos e reforçam a necessidade de revisão nas políticas da agência.
Repercussão da decisão no Brasil
A suspensão do programa gerou preocupação entre os órgãos brasileiros, especialmente em um contexto de aumento nos índices de queimadas e desmatamento.
O Ibama destacou a importância das atividades que eram realizadas em parceria com a Usaid, ressaltando os avanços alcançados em treinamentos e prevenção de incêndios florestais. Especialistas também alertam que a interrupção pode comprometer as estratégias de conservação ambiental no Brasil.
Entidades ambientais e lideranças também manifestaram preocupação com a falta de continuidade dos projetos. O apoio financeiro e técnico da Usaid permitia a ampliação das ações em áreas vulneráveis e contribuía para reduzir os impactos de incêndios em regiões de alta biodiversidade, como a Amazônia.