Na manhã desta sexta-feira, (7), a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando maior celeridade no julgamento de processos que discutem como regulamentar as redes sociais no Brasil. O tema, que envolve a constitucionalidade de dispositivos do Marco Civil da Internet, ganha relevância à medida que novas diretrizes de grandes plataformas, como a Meta, têm gerado controvérsias.
Regulamentar as Redes Sociais no Brasil
A Advocacia-Geral da União, por meio de seu advogado-geral Jorge Messias, encaminhou ao STF uma petição pedindo celeridade na análise de ações que podem regulamentar as redes sociais no Brasil. O caso em questão envolve a avaliação da constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que atualmente permite às plataformas digitais excluir conteúdo sem a necessidade de responsabilização prévia.
O Supremo iniciou a análise desse tema no final de 2024 e, segundo algumas fontes, a expectativa é de que a maioria dos ministros se posicione a favor da revisão ou até da derrubada do mecanismo.
O marco em questão tem sido objeto de discussões intensas, especialmente no contexto da crescente influência das grandes plataformas de redes sociais, como Facebook, Instagram e WhatsApp.
O papel dessas plataformas na disseminação de conteúdo e suas políticas de moderação de conteúdo se tornaram uma preocupação central para o governo brasileiro, principalmente após as recentes mudanças nas diretrizes de moderação da Meta, empresa controladora do Facebook.
Audiência Pública sem a presença das Big Techs
Em 22 de janeiro deste ano, a AGU organizou uma audiência pública com o objetivo de discutir as políticas adotadas pela Meta e outras grandes empresas de tecnologia em relação à moderação de conteúdo nas redes sociais.
Durante o evento, diversos especialistas e representantes de grupos participaram, oferecendo suas visões sobre a regulamentação das redes sociais no Brasil. No entanto, nenhum representante das chamadas Big Techs compareceu ao evento.
A discussão sobre como regulamentar as redes sociais tem ganhado cada vez mais importância, principalmente diante do poder crescente das big techs na sociedade e do engajamento dos partidos de direita no Brasil, com publicações que alcançam milhões em questões de horas, frente a um governo que nao possui tanto apoio nas redes.
Com a crescente preocupação com a censura e a moderação excessiva de conteúdos, é fundamental que as autoridades brasileiras encontrem uma forma de equilibrar a regulação das plataformas sem comprometer os direitos fundamentais dos cidadãos.
O Marco Civil da Internet, em vigor desde 2014, estabelece um conjunto de princípios para o uso da internet no Brasil, incluindo a garantia de liberdade de expressão e a proteção da privacidade dos usuários. No entanto, a necessidade de adaptar as normas a um cenário em constante evolução, como o das redes sociais, tornou-se cada vez mais evidente.
O cenário atual exige um esforço conjunto entre as autoridades, as empresas de tecnologia e a sociedade civil para encontrar soluções equilibradas que atendam às necessidades de todas as partes.