O PSDB, um dos partidos mais tradicionais da política brasileira, atravessa um período de turbulência interna. Desde 2022, a legenda perdeu nomes de peso, como Geraldo Alckmin, que migrou para o PSB, e Aloysio Nunes, além de enfrentar dificuldades em eleger representantes em capitais importantes como São Paulo e Belo Horizonte. Essa crise levou o partido a considerar uma fusão com o PSD, liderado por Gilberto Kassab, em busca de fortalecimento e relevância no cenário político nacional.
Esquecido, PSDB enfrenta crise e busca alternativas estratégicas
O enfraquecimento do PSDB ganhou destaque após as eleições de 2022, quando o partido não lançou candidato à Presidência, uma decisão considerada um erro estratégico por líderes internos, como Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e atual presidente da sigla. Essa ausência, somada à migração de lideranças como Alckmin, que agora atua como vice-presidente no governo Lula, resultou em um declínio na representatividade tucana no Congresso e nos governos estaduais.
Perillo reconheceu a divisão interna do partido. “Há uma corrente que deseja manter o PSDB como está e outra que defende a fusão ou incorporação a um partido maior. Vamos debater isso com mais profundidade a partir de fevereiro, com a reabertura do Congresso”, afirmou.
As discussões entre PSDB e PSD avançaram nos últimos meses. Em 2 de janeiro, Paulo Serra, presidente do PSDB paulista, reuniu-se com Gilberto Kassab para explorar alternativas como fusão, incorporação ou federação partidária. Serra afirmou que essas opções poderiam viabilizar o crescimento do partido e ajudar a superar desafios como a cláusula de barreira, que exige um número mínimo de votos para acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral.
Kassab, por sua vez, demonstrou interesse na aliança, destacando o valor dos quadros tucanos em todo o Brasil. Ele ressaltou que o PSD analisará a viabilidade de candidaturas e alianças estratégicas a partir de março, indicando que as conversas com o PSDB estão alinhadas com os objetivos do partido.
PSDB mira 2026 com Eduardo Leite
Apesar das adversidades, o PSDB ainda possui lideranças importantes. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é visto como o principal nome para representar a sigla nas eleições presidenciais de 2026. Além dele, o partido conta com os governadores Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, e Raquel Lyra, de Pernambuco.
No entanto, Raquel Lyra tem sido cotada para uma possível migração para o PSD, o que pode enfraquecer ainda mais o PSDB. Essa possível mudança ressalta a necessidade de decisões estratégicas rápidas e efetivas para garantir a relevância do partido no cenário político.
O PSDB também busca parcerias com outras legendas. A federação com o Solidariedade é uma possibilidade em análise, após dificuldades na parceria anterior com o Cidadania. Por outro lado, as negociações com o PDT não avançaram devido à proximidade deste partido com o governo Lula.
A fusão com o PSD, no entanto, se apresenta como a alternativa mais viável. Além de fortalecer as bases políticas do PSDB, essa união poderia permitir que a sigla superasse a cláusula de barreira nas eleições de 2026, garantindo acesso aos recursos partidários e visibilidade eleitoral.