O líder da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, denunciou nesta terça-feira (7) o sequestro de seu genro, Rafael Tudares, em Caracas. González afirmou que o ocorrido aconteceu enquanto Tudares levava os filhos à escola. A denúncia foi feita enquanto González realiza uma viagem internacional em busca de apoio contra o regime de Nicolás Maduro, o que evidencia a escalada das tensões políticas na Venezuela.
Perseguição política e acusações contra Edmundo González
Segundo o relato de González, o genro foi abordado por homens encapuzados e vestidos de preto. Eles o obrigaram a entrar em uma van dourada com a placa AA54E2C, desaparecendo em seguida. Até o momento, não há informações concretas sobre a autoria do crime ou se este está relacionado às forças de segurança do regime chavista. A incerteza se agrava, pois o ativista denuncia uma perseguição política em andamento contra ele e seus aliados.
Edmundo González Urrutia, que deixou a Venezuela em 7 de setembro rumo à Espanha, afirma ser vítima de perseguição política e judicial. O oposicionista é acusado pelo regime de Nicolás Maduro de uma série de crimes, entre eles “lavagem de dinheiro, instigação à desobediência das leis, falsificação de documentos e associação criminosa”. Há também um mandado de prisão contra ele, com uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à sua captura.
González, que reivindica ter vencido as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, declarou sua intenção de assumir o cargo em 10 de janeiro de 2025, conforme estabelecido pela Constituição. Entretanto, o governo chavista já declarou que, caso ele retorne à Venezuela para essa cerimônia, será preso imediatamente, junto com qualquer pessoa que o auxilie.
Apoio internacional e resposta do regime chavista
Desde que deixou o país, Edmundo González tem visitado nações aliadas que o reconhecem como presidente eleito da Venezuela. Ele busca consolidar apoio internacional em meio à crise política. Diversos governos e organizações internacionais questionam a legitimidade do pleito que declarou Nicolás Maduro como vencedor.
O regime chavista, por sua vez, mantém uma postura rígida. As autoridades reforçam que as acusações contra González são legítimas e baseadas em crimes contra o Estado venezuelano. No entanto, opositores e entidades internacionais alegam que as ações judiciais são uma forma de silenciar dissidentes e deslegitimar a oposição.
María Corina Machado convoca manifestação histórica
A tensão se intensifica com a declaração de apoio da líder oposicionista María Corina Machado. Em uma entrevista coletiva, Machado anunciou que sairá da clandestinidade para participar de uma manifestação convocada para 9 de janeiro, um dia antes da posse presidencial disputada entre Nicolás Maduro e Edmundo González.
María Corina Machado afirmou que o evento será histórico e convocou toda a população venezuelana a participar, inclusive crianças, jovens e idosos. Ela pediu que os manifestantes usem camisetas nas cores da bandeira venezuelana, simbolizando a união do país contra o regime chavista. A manifestação ocorrerá em cidades e vilarejos da Venezuela, além de locais internacionais onde há presença da diáspora venezuelana.
O dia 10 de janeiro promete ser um marco na crise política da Venezuela. Tanto Nicolás Maduro quanto Edmundo González planejam realizar cerimônias de posse, cada um reivindicando a presidência. A comunidade internacional observa atentamente, já que o desenrolar dos eventos poderá definir o futuro político do país.
Enquanto isso, o desaparecimento de Rafael Tudares adiciona mais uma camada de incerteza ao cenário. A oposição acredita que o regime de Maduro pode estar envolvido, mas ainda não há provas concretas. A situação ilustra o clima de instabilidade e insegurança enfrentado por opositores na Venezuela.