A falta de insulina e de outros medicamentos fundamentais tem gerado grande preocupação entre gestores municipais e pacientes em todo o Brasil. O prefeito de Campinas, Dário Saadi, que também é vice-presidente de Saúde da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), enviou um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta quinta-feira (28), destacando o impacto do desabastecimento. O documento foi assinado também pelo presidente da FNP e prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira.
O ofício destaca a indisponibilidade de insulina no programa Farmácia Popular e do medicamento fumarato de dimetila, essencial para o tratamento da esclerose múltipla. A FNP, que representa municípios com mais de 80 mil habitantes, incluindo todas as capitais do país, apontou a gravidade do problema e cobrou soluções emergenciais para garantir a continuidade dos tratamentos.
Falta de insulina no Farmácia Popular
A falta de insulina na rede privada do programa Farmácia Popular é uma das maiores preocupações levantadas no ofício. Segundo Dário Saadi e Edvaldo Nogueira, a ausência desse medicamento essencial tem afetado diretamente a saúde da população dependente do programa, comprometendo o controle de doenças como diabetes.
Os gestores municipais solicitaram explicações detalhadas ao Ministério da Saúde sobre a logística de distribuição e as medidas que estão sendo tomadas para regularizar o fornecimento. “A falta de insulina impacta diretamente a saúde da população, sendo fundamental que o abastecimento seja regularizado o mais rápido possível”, enfatizaram os prefeitos.
Desabastecimento de fumarato de dimetila preocupa pacientes com esclerose múltipla
Outro ponto crítico destacado no ofício é o desabastecimento do fumarato de dimetila, medicamento fornecido pelas Farmácias de Alto Custo e utilizado no tratamento da esclerose múltipla. Desde julho, o fornecimento foi interrompido devido a problemas em um pregão eletrônico e à demora no processo de nova licitação.
De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição deve ser retomada após a conclusão do processo de seleção de fornecedores. No entanto, até o momento, os municípios não têm previsão concreta para atender os pacientes afetados, o que tem gerado grande insegurança tanto para os usuários quanto para os gestores de saúde.
“O desabastecimento prolongado traz sérias consequências para os pacientes, que dependem do medicamento para controlar a progressão da doença. É urgente que alternativas provisórias sejam implementadas enquanto o processo de licitação não é finalizado”, diz o texto enviado à ministra Nísia Trindade.
Impactos do desabastecimento na saúde pública
A FNP ressaltou que a falta de medicamentos essenciais, como a insulina e o fumarato de dimetila, representa um desafio significativo para o sistema público de saúde e afeta diretamente a qualidade de vida dos pacientes. O documento também expressou a preocupação com o aumento de internações hospitalares e complicações de saúde devido à interrupção de tratamentos contínuos.
Além disso, os gestores apontaram a necessidade de maior transparência e eficiência na gestão da logística de distribuição dos medicamentos. Eles sugeriram que o Ministério da Saúde implemente um plano emergencial para minimizar os impactos do desabastecimento e assegure a regularidade no fornecimento.