O Brasil registra um aumento alarmante nos casos de coqueluche em 2024, com um crescimento de 1420% em relação ao ano anterior. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença, conhecida por sua alta taxa de contágio, já resultou em 12 mortes até o final de outubro deste ano. Especialistas apontam diversas razões para esse salto nos números, incluindo novas tecnologias de registro e a necessidade de reforçar a vacinação, especialmente entre gestantes.
Casos de Coqueluche em ascensão no Brasil
Entre janeiro e outubro de 2024, o Brasil registrou um total de 3.253 casos de coqueluche, um número expressivo quando comparado aos 214 casos contabilizados em 2023. Esse aumento colocou a coqueluche novamente em destaque nas discussões sobre saúde pública, após vários anos de menor incidência.
O salto nos números é atribuído tanto à maior capacidade de registro como ao padrão cíclico da doença, que tende a ressurgir em intervalos de cinco a oito anos.
Regiões mais afetadas e o caso do Paraná
A distribuição dos casos de coqueluche não é homogênea no país. O Sudeste e parte da região Sul têm sido as áreas mais afetadas. No estado do Paraná, a situação é particularmente crítica: foram registrados 1.229 casos até outubro, fazendo com que o estado lidere o ranking nacional de incidência da doença. Esse cenário exige maior atenção dos gestores de saúde locais e campanhas de prevenção para evitar uma disseminação ainda maior.
De acordo com o Ministério da Saúde, a expressiva alta nos casos de coqueluche pode ser parcialmente explicada pela evolução nos sistemas de registro e diagnóstico. Nos últimos anos, a implementação de tecnologias aprimoradas permitiu identificar e contabilizar mais casos, que anteriormente poderiam ter passado despercebidos ou sido subnotificados. Essa melhora na coleta de dados reforça a importância de medidas preventivas e de estratégias de saúde pública.
Perfil da população atingida
A coqueluche tem atingido diferentes perfis populacionais no Brasil. Dados mostram que 48% dos casos ocorrem na população branca, seguida pela população parda, com 33%. No entanto, 15% dos casos não possuem informações sobre a raça/cor dos infectados, o que indica a necessidade de aprimorar o preenchimento dos registros. Esse panorama reforça a relevância de ações de conscientização e atendimento especializado, visando alcançar a totalidade da população vulnerável à doença.