Os juros do crédito rotativo para pessoas físicas chegaram a impressionantes 438,42% ao ano em setembro, de acordo com o relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgado pelo Banco Central. Esse índice representa um aumento de 11,5 pontos percentuais em relação a agosto, demonstrando a complexidade do cenário econômico e os desafios enfrentados por consumidores ao lidarem com o crédito rotativo.
Aumento nos Juros do Crédito Rotativo
No comparativo anual, a taxa de juros do crédito rotativo para pessoas físicas apresentou uma queda leve de 2,7 pontos percentuais em relação a setembro de 2023, quando a taxa estava ainda mais elevada.
Desde janeiro, seguindo as diretrizes do Conselho Monetário Nacional (CMN), os bancos foram orientados a limitar os juros do crédito rotativo, evitando que a taxa exceda 100% do valor total da dívida. Essa medida visa reduzir o impacto financeiro das altas taxas para o consumidor.
Para ilustrar, se um cliente possui uma dívida de R$ 100, o limite ajustado pelos juros não pode ultrapassar R$ 200. Esse teto foi estabelecido para diminuir o efeito do crédito rotativo sobre os endividados, permitindo um controle mais rígido dos custos financeiros.
Juros do Crédito Rotativo para Empresas
Enquanto as taxas de crédito rotativo para pessoas físicas continuam elevadas, para as empresas, os juros tiveram um comportamento mais moderado. Em setembro, a taxa para empresas ficou em 134,12% ao ano, o que representa uma queda significativa de 29 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Esse movimento também significa uma redução de 58,2 pontos percentuais quando comparado a setembro do ano passado, refletindo uma tentativa de reduzir o custo do crédito empresarial em um cenário econômico de recuperação gradual.
As taxas de juros para o crédito rotativo também refletem a situação para quem opta pelo parcelamento. No caso de consumidores que preferem o crédito parcelado, os juros subiram 3,7 pontos percentuais de agosto para setembro, alcançando 185,77% ao ano.
Em uma análise anual, entretanto, houve uma redução de 8 pontos percentuais, apontando uma certa estabilidade frente aos picos já alcançados anteriormente.
A modalidade de crédito parcelado representa uma alternativa para muitos consumidores, que buscam evitar o crédito rotativo e, com isso, não se deparar com taxas que chegam ao dobro do valor inicial da dívida. No entanto, mesmo com as oscilações, essa opção ainda representa um peso financeiro considerável para as famílias.
A elevação dos juros do cheque especial também afeta diretamente as finanças pessoais, uma vez que muitos consumidores utilizam essa linha de crédito para cobrir despesas de curto prazo. Esse cenário de altas taxas no cheque especial e crédito rotativo requer atenção e planejamento financeiro para evitar o acúmulo de dívidas com encargos elevados.