Os casos de acidente vascular cerebral (AVC) em pessoas com menos de 70 anos apresentaram um aumento preocupante, conforme estudo recente publicado pela revista científica The Lancet Neurology. No Brasil, a incidência de AVC entre jovens de 18 a 45 anos já representa cerca de 18% dos casos, segundo a Rede Brasil AVC, destacando a necessidade de atenção e medidas preventivas para essa faixa etária.
Aumento Global dos casos de AVC
Segundo a pesquisa, entre 1990 e 2021, o número de casos de AVC cresceu em 70% no mundo. Esse aumento é acompanhado por um crescimento de 44% nas mortes relacionadas ao AVC e um agravamento de 32% nas condições associadas.
No total, foram contabilizados 11,9 milhões de novos casos globalmente durante o período. Esse aumento significativo também é observado no Brasil, onde, entre janeiro e agosto de 2024, aproximadamente 39.345 brasileiros perderam a vida em decorrência do AVC, o que equivale a uma média de seis mortes por hora, conforme o Portal de Transparência do Registro Civil (ARPEN Brasil).
Principais causas da doença
O acidente vascular cerebral ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma região do cérebro é interrompido, levando à morte das células nervosas naquela área. Existem dois tipos principais de AVC: o isquêmico, causado pela obstrução dos vasos sanguíneos, e o hemorrágico, que ocorre devido à ruptura de um vaso sanguíneo.
Ambas as formas representam riscos graves à saúde e podem deixar sequelas significativas ou até mesmo resultar em óbito. Com o crescimento dos casos, aumenta a necessidade de conscientizar a população sobre os fatores de risco e as formas de prevenção.
O Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, busca alertar a sociedade sobre os riscos dessa condição e a importância de adotar práticas de prevenção. A médica neurologista e membro da Rede Brasil AVC, Angelica Dal Pizzol, reforça que o aumento dos casos de AVC entre jovens é um fenômeno alarmante e que requer atenção especial.
Segundo a especialista, além dos fatores de risco já conhecidos, como pressão alta, diabetes e colesterol elevado, fatores genéticos e hereditários também contribuem para o risco de AVC em pessoas mais jovens.
Embora o AVC seja frequentemente associado a idades mais avançadas, as estatísticas mostram que a população jovem também está vulnerável, especialmente aqueles com histórico familiar da doença ou condições hereditárias.
Os jovens com predisposição genética para o AVC, incluindo doenças hematológicas e outras condições genéticas, devem buscar acompanhamento médico frequente.
Manter um estilo de vida saudável é um dos principais pilares na prevenção do AVC, especialmente entre as populações mais jovens que possuem fatores de risco. A prática de exercícios físicos, aliada a uma dieta rica em frutas, vegetais e alimentos de baixo teor de gordura, pode reduzir consideravelmente a probabilidade de desenvolver condições que favorecem o surgimento do AVC.
O controle de fatores como estresse, tabagismo e consumo excessivo de álcool também desempenha um papel crucial para reduzir os riscos.