O exército israelense revelou documentos que, segundo afirma, comprovam o envolvimento de seis jornalistas da rede Al Jazeera com os grupos Hamas e Hezbollah. A emissora, com sede no Catar, negou veementemente as acusações, classificando-as como infundadas e fabricadas.
Suposto envolvimento de Jornalistas da Al Jazeera com Hamas e Hezbollah
Em uma série de publicações nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (IDF) divulgaram as identidades e fotos dos profissionais supostamente envolvidos. Os documentos encontrados na Faixa de Gaza, de acordo com a IDF, incluem tabelas de pessoal, listas de treinamentos terroristas, números telefônicos e documentos salariais relacionados a grupos como Hamas e Hezbollah.
Essas informações, segundo os militares israelenses, servem como prova de que os jornalistas da Al Jazeera estariam diretamente ligados a atividades terroristas.
Os documentos apresentados por Israel seriam, de acordo com os militares, evidências claras da conexão entre os jornalistas e os dois grupos considerados terroristas por grande parte da comunidade internacional. Entretanto, a Al Jazeera, uma emissora de grande relevância no cenário mundial, prontamente refutou essas alegações.
Resposta da Al Jazeera às acusações
A Al Jazeera, em um comunicado oficial, classificou as acusações israelenses como fabricadas e infundadas, acusando o governo de Israel de tentar silenciar os jornalistas que permanecem na região de conflito. A emissora destacou que essas acusações seriam parte de uma estratégia mais ampla para ocultar as realidades da guerra entre Israel e o Hamas, especialmente na Faixa de Gaza.
A emissora do Catar afirmou que Israel estaria buscando descredibilizar a cobertura independente da guerra, controlando as narrativas que chegam ao público internacional. Para a Al Jazeera, essas tentativas de sufocar a liberdade de imprensa na região são uma forma de impedir que o mundo veja os impactos da guerra.
Essa não é a primeira vez que o governo israelense toma medidas contra a emissora Al Jazeera. Em maio deste ano, o governo de Benjamin Netanyahu já havia ordenado o fechamento dos escritórios da emissora em Tel Aviv, além de confiscar equipamentos da rede de TV. A decisão foi acompanhada de declarações fortes do ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, que afirmou que “não haveria liberdade de expressão para porta-vozes do Hamas”.
A operação foi uma resposta direta à cobertura da emissora sobre os conflitos na região, especialmente em relação às ações israelenses contra o Hamas. Essa relação tensa entre Israel e a Al Jazeera se agravou ao longo dos meses, com novos incidentes que colocam em questão a liberdade de imprensa na região.