Em 2024, o Partido Social Democrático (PSD), fundado por Gilberto Kassab, alcançou um marco expressivo ao se tornar a legenda que mais elegeu prefeitos em todo o Brasil. Com uma postura política que se propõe a não ser nem de direita, nem de centro, nem de esquerda, Kassab, em entrevista ao blog, destacou a importância dessa posição política equilibrada.
A visão de Kassab sobre a polarização e os resultados
Segundo Kassab, “O centro venceu. A polarização, não”. Para ele, a polarização política que dominou o cenário brasileiro nos últimos anos foi superada por uma vitória expressiva das legendas de centro, como o PSD, o MDB e o União Brasil.
O presidente do PSD ressaltou que seu partido, além de conquistar o maior número de prefeituras, viu o MDB se destacar com mais de 800 prefeitos eleitos, e o União Brasil se consolidar entre as quatro maiores siglas a governar o maior número de cidades no primeiro turno das eleições de 2024.
Esse desempenho dos partidos de centro, de acordo com Kassab, demonstra que essa parcela política é maior do que a direita no atual cenário eleitoral. Ele mencionou que figuras políticas como Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, se sobressaem por sua capacidade de ampliar o diálogo e evitar posicionamentos rígidos, algo que ele considera fundamental para o crescimento do centro no país.
O centro como força dominante no país
Gilberto Kassab também compartilhou sua opinião sobre o papel de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo, que concorre à reeleição com o apoio do PSD. Para Kassab, Nunes é o favorito em uma das eleições mais disputadas da história da cidade, refletindo a força do centro. Ao mesmo tempo, Kassab evitou desmerecer os resultados alcançados pelo presidente Lula durante o período eleitoral.
Embora Lula tenha se mantido relativamente distante das disputas municipais, sua participação foi mais visível na campanha de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, ainda que de forma moderada. Segundo Kassab, essa postura de Lula foi um cálculo político para evitar desagradar legendas centristas, como o próprio PSD, que compõem sua base de apoio.
O cálculo político de Lula
Kassab acredita que o presidente Lula evitou participar ativamente das campanhas municipais de 2024 para não interferir nas alianças que seu governo mantém com partidos do centro.
O fundador do PSD enfatizou que essa estratégia foi pensada para não criar atritos com partidos que ocupam uma posição moderada no espectro político, como o PSD. Segundo ele, é importante não confundir Lula com o PT, uma distinção que pode ser crucial para a manutenção do equilíbrio político no país.
Essa postura de Kassab reforça sua defesa de uma política de centro, que busca se afastar das polarizações extremas e construir pontes de diálogo entre diferentes setores. Para ele, o futuro da política brasileira está na capacidade dos partidos de centro de crescer e expandir suas bases, evitando divisões que prejudicam o desenvolvimento do país.