O abandono escolar permanece como um desafio significativo para o Brasil. Em 2023, cerca de 19% dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, o equivalente a aproximadamente 9,1 milhões de pessoas, deixaram os estudos antes de concluir a educação básica, conforme dados divulgados pelo IBGE.
O problema do abandono escolar no Brasil
O levantamento do IBGE define a educação básica como composta pelas etapas infantil, fundamental e média, essenciais para o desenvolvimento e inclusão social.
A taxa de abandono escolar entre os jovens apresentou uma redução ao longo dos anos. Em 2016, início da série histórica, o índice era de 25,3%, diminuindo para 19,9% em 2022 e atingindo 19% em 2023. Essa queda, embora significativa, evidencia que milhões de jovens ainda enfrentam barreiras para concluir sua formação básica.
Entre os jovens que interromperam os estudos, destaca-se que 36,3% chegaram a iniciar o ensino médio, mas não conseguiram completá-lo. Os demais, 63,7%, não atingiram esse nível: 39,4% possuíam apenas o ensino fundamental incompleto ou nenhuma instrução, enquanto 24,3% haviam concluído apenas o ensino fundamental.
Esses dados demonstram a importância de políticas públicas que facilitem o acesso à educação em todas as etapas, especialmente na transição para o ensino médio, que parece ser uma barreira para muitos jovens.
Impacto na Educação de Adultos
Além dos jovens, a situação educacional dos adultos brasileiros também é alarmante. Em 2023, 40,1% das pessoas entre 25 e 64 anos não haviam concluído a educação básica obrigatória. Esse número é mais que o dobro da média registrada pelos países da OCDE, que foi de 19,8% em 2022.
Ao comparar o Brasil com outras nações da América Latina, como Argentina (33,5%), Colômbia (37,9%) e Chile (28%), os índices brasileiros continuam entre os mais altos, reforçando a urgência de medidas voltadas à inclusão educacional em todas as faixas etárias.
Outro dado preocupante do IBGE é a quantidade insuficiente de instituições de ensino em favelas brasileiras. O levantamento realizado pelo Censo Demográfico 2022 revelou que há 50.934 templos religiosos, um número muito superior às 7.896 instituições de ensino presentes nessas comunidades.
Isso significa que, para cada instituição educacional, existem aproximadamente 6,5 templos religiosos nas favelas. Essa disparidade ilustra a falta de investimentos em infraestrutura educacional em áreas vulneráveis, onde jovens frequentemente enfrentam limitações para acessar o ensino básico e médio. Esse cenário ressalta a importância de iniciativas que priorizem a educação de jovens e adultos, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e reduzindo desigualdades.